TUTORIAIS PARA PROFESSORAS(ES)

12/09/2022

Relação entre família e escola: a educação como missão conjunta

Plataforma Integrar

“É preciso uma vila para educar uma criança”. Esse ditado africano diz respeito às responsabilidades de toda a sociedade na criação das crianças. Às vezes colocamos essas responsabilidades inteiramente nas costas da escola, e isso acaba gerando uma lacuna no aprendizado. Para se formar crianças cidadãs, é necessário toda uma rede de pessoas, e é muito importante que a família e a comunidade dos estudantes esteja presente junto com a escola nessa missão. Hoje vamos falar um pouco sobre essa relação entre família e escola, uma relação que se constrói a partir da escuta, da generosidade, do respeito, e que só traz benefícios para as crianças. Vem com a gente!

Mas isso é dever de quem?

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é bem clara quanto a isso: é responsabilidade da escola se articular com as famílias e promover esta aproximação, além de propor estratégias de interação, mediação de conflitos e processos colaborativos. Então, o primeiro passo de aproximação deve partir da escola, mas é claro que a medida que a relação for se estabelecendo, as famílias e comunidade também se sentirão confortáveis para propor discussões, trazer novas informações e trocar conhecimento com os professores. A relação então passa a ser de mão dupla, com as duas partes procurando fazer o melhor para os estudantes.

Quem são as famílias?

É importante que a escola entenda que essa família pode aparecer de várias formas, já que existem várias configurações de famílias em condições muito diferentes. A família pode ser apoiadora, mas também pode ser negligente. Pode ser de boa convivência ou pode ser difícil de lidar. Além disso, as famílias podem ter formações diferentes, podem ser dois pais ou duas mães, pode ser um irmão mais velho que é o mais responsável pela criança, podem ser os avós. Temos arranjos familiares diversos, e entender essa diversidade e respeitá-la é o primeiro passo para construir uma boa relação família-escola, pois é imprescindível que a família se sinta aceita na comunidade para que ela se ponha disponível para essa relação.

Como são essas famílias?

A escola precisa conhecer a comunidade em que atua, quem são as famílias, como são as condições socioeconômicas, culturais e os modos de vida dessas famílias, para que possa pensar em estratégias específicas para solucionar os problemas que vão aparecer naquela comunidade. Para ter essas dados atualizados é preciso que a escola mantenha um diálogo ativo com as famílias. Nessas conversas, as famílias vão trazer informações, às vezes sensíveis, às vezes de conhecimento geral, que precisam ser colocadas dentro de um contexto maior da comunidade. Por exemplo, se uma família traz em uma reunião que está difícil de chegar na escola no horário, vale a pena entender se esse é um problema pontual daquela família ou se é algo que vem ocorrendo com várias crianças da escola. Pode ser o caso das linhas de ônibus estarem muito espaçadas, pode ser que o acesso aquele trecho da cidade esteja ruim, etc. Entendendo a situação maior, será mais fácil de pensar soluções e comunicar às famílias os esforços da escola para resolver o problema.

Quais são os espaços de fala e escuta?

É dever da escola criar os espaços para que haja a troca entre a família e a escola, e esses espaços podem ser múltiplos. Podem ser formais, como as reuniões de pais e a as Associações de Pais e Mestres, onde o objetivo é exatamente esse, mas podem ser também espaços de acolhimento das famílias que ajudam a criar os laços de confiança, como os eventos escolares em que a família é convidada para ocupar o espaço da escola junto com as crianças. Esses eventos certamente vão favorecer a conversa das famílias com os funcionários da escola, já que criam um ambiente propício para que a família veja de perto os trabalhos que estão sendo realizados com as crianças e, a partir disso, possa tirar quaisquer dúvidas e trazerem discussões.

Há abertura para participação efetiva das famílias?

A participação das famílias não precisa ser só como “visitante” da escola ou nos momentos de repasse de informações. É legal ter momentos de inclusão nos quais as famílias se sintam parte do ambiente escolar e do aprendizado das crianças. Por exemplo, a escola pode oferecer oficinas e atividades culturais onde as famílias são as provedoras do conhecimento. Se tem um familiar que sabe costurar, plantar, cozinhar, ou qualquer coisa que possa ser ensinado e passado para a frente, talvez vale a pena convidá-lo para ser o tutor de uma dessas oficinas para as crianças. Se tem um familiar artista, que tal propor que ele se apresente para os estudantes? Esses momentos fazem com que as famílias se vejam valorizadas, e mostram que o conhecimento valorizado pela escola não é só aquele que é passado em sala de aula no dia-a-dia.

Pensar essa interação família escola exige dedicação e tempo, mas os frutos podem ser muito valiosos. Uma boa relação da comunidade com a escola só traz benefícios para os estudantes, porque os problemas, assim como as conquistas, são compartilhados com todos da sociedade. São mais mentes para pensar soluções e mais gente para comemorar a evolução!

Referências:

https://issuu.com/assimagemcomunitaria/docs/metodologias_para_a_aprendizagem_at_106def3c75bc9f

https://issuu.com/assimagemcomunitaria/docs/metodologias_para_a_aprendizagem_at

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