06/09/2022
Plataforma Integrar
O rádio ainda é um dos meios de comunicação mais abrangentes do Brasil, especialmente nas cidades do interior dos estados. Isso quer dizer que ter um programa de rádio ainda é uma ótima maneira de fazer chegar sua mensagem nas pessoas e dar voz a diferentes pessoas. Na escola, fazer um programa de rádio com os estudantes pode ser pedagógico, além de divertido e útil para o futuro das crianças. Hoje em dia os equipamentos necessários para isso estão cada vez mais acessíveis é possível até mesmo usar celulares para fazer a gravação.
Desde 2020, a Plataforma Integrar já fez duas temporadas do programa de rádio Integrar Educação, que contou com a participação dos alunos das escolas públicas de Paracatu. Muitas das escolas despertaram nos estudantes o desejo de continuar trabalhando com uma rádio-escola após o término do projeto. Por isso, hoje viemos apresentar um pequeno guia de como criar, manter e divulgar uma rádio-escola, pensando em uma construção conjunta entre professores e estudantes. Vamos lá?
É certo que a qualidade de som da rádio deverá ser boa. Isso significa que é preciso ter muitos equipamentos profissionais e caros? Não. Se for possível para a escola, ter um pequeno estúdio de gravação vai garantir uma maior qualidade dos programas, mas hoje é possível fazer quase tudo a partir de um computador e um celular também.
No caso de um estúdio amador, os equipamentos necessários são uma mesa de som, microfones, caixas acústicas, cabos e um computador. Caso queiram usar equipamentos mais simples, ainda vão precisar de um computador, mas os microfones podem ser de fones de celular. Importante notar que a gravação de celular tem uma qualidade mais baixa, portanto é legal pensar em condições melhores de gravação, como um espaço silencioso e sem ruídos.
Os temas tratados na rádio podem variar imensamente, o importante é que eles sejam pertinentes para quem vai ouvi-los, ou seja, os estudantes, professores e funcionários da escola. Normalmente temos as rádios separadas por nichos, como notícias, música, educação, etc. Na escola, é legal misturar um pouco todas essas coisas, pensando sempre no nosso público. Por exemplo, nas notícias, é bom ter em mente o que tá acontecendo no ambiente escolar: vai ter uma eleição pro grêmio?, tem alguém importante visitando a escola?, vão acontecer eventos culturais na escola?, tem reunião de pais em breve?, está chegando alguma prova muito importante?… Coisas que estão acontecendo na cidade também viram notícia: exposições, mostras de cinema, eventos, etc.
A equipe responsável pela rádio pode sair em pesquisa de campo para falar com os estudantes, professores e funcionários e descobrir pautas de interesse, descobrir quais são os gêneros de música que o pessoal mais gosta de ouvir e quais os debates que podem ser levantados com a comunidade escolar.
A programação da rádio vai depender de vários fatores, incluindo o tempo que a equipe vai ter para fazer os programas. Fazer um programa de rádio bem feito exige tempo, então é legal focar mais na qualidade do que na quantidade. Vai ser preciso negociar com a direção quando os programas vão ser transmitidos. Pode ser nos dez primeiros minutos de todo dia, pode ser somente no intervalo das aulas, pode ser um horário ao final do turno, pode ser um tempo maior durante um dia da semana, pode ser até que o programa seja online e seja compartilhado como podcast no grupo dos alunos da escola… Existem várias possibilidades, e a grade vai precisar refletir isso. Por exemplo, se é um programa mais rápido, talvez seja melhor fazer pequenos anúncios. Se for no intervalo, vai ser bom ter uma parte focada no entretenimento, para que os estudantes possam aproveitar o momento para se divertir também. Se for um programa mais longo, dá pra misturar todos os temas e fazer reportagens mais longas.
De qualquer forma, é bom pensar no estilo do programa e seguir esse padrão pelo menos por um tempo para ver se funciona: vão ter entrevistas?, a música vai ser ao final?, vai ter uma seção se anúncios?, etc.
Para dividir a equipe, vamos precisar pensar nas habilidades de cada um e qual a função que mais encaixa com a pessoa! Em geral, são três divisões: a produção, a técnica e a locução. A equipe de produção vai pensar o programa: decidir os temas, escrever a pauta, selecionar as pessoas que serão entrevistadas, selecionar os locais de gravação, escolher as músicas, etc. A equipe técnica vai fazer acontecer; são responsáveis pelos equipamentos, pela edição, pelas caixas de som, pela transmissão, etc. E a equipe de locução é quem vai apresentar os programas, gravar as matérias, ler os anúncios, entrevistar, etc.
O trabalho de um depende do outro, por isso para funcionar bem, as equipes devem estar alinhadas quanto o que cada uma deve fazer e como vão realizar as tarefas. E para fazer a escolha das equipes, é bom ver quem encaixa melhor. Quem tem um “vozerão” pode ir para locução, quem manja tudo de tecnologia pode ir para técnica, quem gosta de organizar as coisas pode ir pra produção. Mas é sempre bom poder navegar por diferentes funções para que os estudantes possam conhecer os trabalhos diferentes no rádio e desenvolverem várias habilidades.
Fazer uma rádio escola pode até parecer complicado, mas vale a pena. É um meio de os estudantes tomarem o protagonismo de suas escolas, terem experiência com atividades diferentes, lúdicas e pedagógicas, e que ainda podem ser extremamente úteis no futuro. Cada dia mais os podcasts atraem atenção de todos os tipos de públicos e estão se tornando meios de comunicação super eficientes, assim como o rádio ainda é em tantos lugares do país. Agora você já tem todo conhecimento para começar a sua rádio-escola!