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05/04/2022

Diálogos colaborativos em grupo: conheça 3 práticas para ajudar nisso

Quando falamos de estratégias de comunicação para mobilização social, podemos pensar também em estratégias comunicação interna, ou seja, diálogos entre os participantes, que ajudem o grupo ou coletivo que está se mobilizando por uma causa a decidir conjuntamente seus objetivos.

Às vezes, as dinâmicas de grupo podem ser difíceis, já que as pessoas podem ter opiniões e pensamentos diferentes, mas quando participamos de um grupo, as decisões precisam ser tomadas por todos. Para começar a garantir um bom diálogo em momentos de discussão, no início do encontro podem-se propor dinâmicas de grupos, como a dinâmica da teia de aranha, para que os participantes se conheçam e formem vínculos. É importante lembrar que todo encontro se torna mais fácil se as pessoas presentes tem laços umas com as outras.

Dinâmica de início: teia de aranha

Todos os participantes ficam em uma roda, e um segura a ponta de um novelo de barbante. Esse participante se apresenta e fala algo sobre si mesmo. Em seguida, joga o novelo para outro participante, segurando a sua ponta. O próximo se apresenta e, segurando um pedaço do barbante, joga o novelo para um novo participante. Assim, ao final das apresentações, o barbante terá formado uma teia de aranha, ligando todos do grupo, ninguém troca de lugar se todos não quiserem fazer juntos. A segunda parte da dinâmica é desfazer a teia, novamente falando algo de si mesmo e então jogando o novelo para a pessoa a qual ela está diretamente interligada.

Agora vamos conhecer três metodologias que facilitam na tomada de decisões e nas discussões mais profundas sobre um objeto.

1) Mapa Falado

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O Mapa Falado é um desenho representativo do espaço ou da ação que está sendo objeto de reflexão. É uma ferramenta que permite discutir diversos aspectos da realidade de forma ampla. Você pode usar o chão para desenhar com giz, ou uma cartolina grande e quaisquer materiais que sirvam para representar os pontos apresentados pelo grupo.

Os elementos do mapa são representações dos componentes do objeto em análise, destacados pelo grupo na discussão. É a partir da percepção das pessoas envolvidas no processo que a causa ou projeto ganha forma e corpo. Os diálogos permitem que nuances, discordâncias e acréscimos sejam feitos, apresentando elementos que talvez não tenham sido percebidos pelo grupo como um todo. O olhar coletivo cria condições para que o objeto seja visto em sua complexidade, com aspectos que em momentos diferentes vão ganhar destaques e ênfases distintas, a partir das demandas coletivas.

Quando forem fazer o Mapa Falado, pensem em responder visualmente as seguintes questões:

  1. Qual é a causa comum do grupo?
  2. Qual o problema a ser trabalhado por esse grupo, a partir da causa identificada?
  3. Quais são as pessoas e instituições direta e indiretamente envolvidas com a causa e de que maneira elas podem ajudar na construção de soluções para o problema apresentado?
  4. Como informar a comunidade sobre a causa, seus atores e problemas?
  5. Como dialogar com a comunidade, criando oportunidades de expor causa e problemas e de ouvir as contribuições de seus membros?

Lembre-se que a construção do mapa de forma coletiva é tão importante quanto o resultado da dinâmica, que é um registro daquele momento de discussão. Falar, ouvir, negociar discordâncias em favor de pontos comuns e articular encaminhamentos fazem parte da formação do grupo, individual e coletivamente. A partir do resultado, ou seja, das “respostas” encontradas no mapa, é possível fazer encaminhamentos a partir delas para que os problemas ou situações levantadas sejam sanados.

2) Facilitação gráfica

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Como o nome já indica, a Facilitação Gráfica é um método de trabalho que lida com elementos gráficos – palavras, números, desenhos, traços, sinais e formas geométricas, cores – para o registro de ideias e processos. Para além do registro das contribuições em uma reunião, por exemplo, a Facilitação Gráfica é potente na dinâmica de estimular a participação das pessoas, pois seu funcionamento convida a associações livres que, ao longo do processo, podem se tornar tópicos importantes na compreensão da causa.

Muito intuitivo, o método consiste na construção de um esquema visual sobre determinado tema, agregando ideias aparentemente aleatórias, representadas hibridamente, que constroem visualmente vínculos entre si. A Facilitação Gráfica produz, a partir de um ponto inicial, uma série de ramificações e de desdobramentos que se articulam entre si, criando muitas possibilidades de olhar para um mesmo tema, contemplando distintas perspectivas e demandas do grupo em questão.

Algumas perguntas básicas podem reger o processo de construção:

  1. Como representar visualmente nosso encontro?
  2. Que elementos visuais podemos usar para registrar as falas?
  3. As cores podem ajudar nesse registro?

As perguntas iniciais tendem a sugerir outras questões e a acolher dúvidas e propostas do grupo, que devem ser registradas no esquema em andamento. O ideal é que a pessoa que esteja conduzindo o encontro, isto é, convidando as pessoas a apresentar suas percepções e ideias e fazendo o registro visual, deixe aberta a possibilidade de outros participantes contribuírem no processo. Em resumo, podemos entender a Facilitação Gráfica como um esquema de representação de ideias, em que o principal objetivo é construir visualmente o que as pessoas participantes pensam sobre a causa que as une. Essa imagem construída coletivamente pode mostrar aspectos de um tema que muitas vezes não ficam visíveis para algumas pessoas em um texto escrito.

3) Linha do tempo

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A Linha do Tempo é uma ferramenta muito interessante de conhecimento e de avaliação da atuação de um grupo em favor de sua causa. Com ela é possível acompanhar cronologicamente a trajetória de indivíduos e coletivos, suas conquistas, problemas e obstáculos ao longo do tempo.

A memória do que fazemos e a possibilidade de olhar para nossos percursos com distanciamento são importantes em nossa formação e nos permitem rever estratégias, refazer caminhos e fortalecer o que se mostrou acertado, mesmo que de forma menos arrojada do que esperado pelo grupo. A elaboração da Linha do Tempo pode ser orientada por demandas específicas ou por um exercício de olhar panorâmico para a atuação do grupo. Pode-se construir, por exemplo, uma Linha do Tempo da mobilização do grupo, em que serão registrados os encontros de seus membros, picos e quedas de participação, articulação local, dentre outros aspectos. Outra possibilidade é a produção de uma Linha do Tempo que contemple acontecimentos importantes, como a conquista de marcos legais locais, a realização de evento e a criação de campanhas de divulgação.

A Linha do Tempo pode responder a muitas demandas e revelar aspectos ainda não percebidos pelo grupo. Além disso, se elaborada com cuidado e consistência, pode se tornar um importante documento para a área, registrando eventos e episódios que muitas vezes acabam se perdendo.

Uma dinâmica de encerramento

Após usar o Mapa Falado, a Facilitação Gráfica e a Linha do Tempo nas reuniões, também sugerimos a utilização de dinâmicas mais leves, que sirvam para a formação de vínculos. Segue uma sugestão:

Marcas que o outro deixa na gente

Cada um com uma plaquinha (papelão com papel branco na frente, prendido com barbante na parte de cima e de baixo). Todos recebem uma cor de giz, que seja diferente um do outro, circulando pelo espaço com alguma música tocando, enquanto circula pelo espaço vai rabiscando a placa da outra pessoa. Assim quando terminar, será possível observar e falar sobre as marcas que cada um deixou no outro, a partir das cores de giz que cada um usava.

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